domingo, 8 de março de 2009

Quem já não se apaixonou pelo seu ídolo?

Foi isso o tempo todo. Deveria ter percebido, então teria sido diferente. Teria sido como hoje pode ser, talvez como hoje seja.
Agora foi mais fácil perceber. Não é ele, homem, ele, cabelo, ele, sorriso, ele, estilo, ou daquelas coisas todas que eu pensava serem excitantes... Até porque não se trata de ser excitante, mas de ser interessante. É ele mente, é o lado B, o versa do vice, aonde ele escurece e eu de vela na mão tento ler.
Foi amor. Como eu amo tudo que me convence, tudo que admiro, tudo que fala lá pra dentro do meu desconhecido. Foi dali que partiu o sentimento, foi por isso que na ausencia doeu diferente, por isso que nunca esqueci, por isso que tantas vezes entupi os outros da mesma maneira que ele me entopia falando tudo que ele me dizia, é por isso que transcorre hoje desse jeito...
Um sentimento familiar, embora eu jurasse até antes de entender, que era exclusivo, distinto, maior que os demais... De certa forma fora. Afinal, nunca antes me emaginei em estado tão íntimo a nenhum idolatrado. Sempre eu cá, do lado receptor, lendo e ouvindo e os ídolos lá ou não... alguns enterrados, vide Lispector, Nietzsche... Outros vivos e desastrosos vide Zeca Baleiro, Nando Reis... Gente que fala pra dentro de mim, gente que fala algo que eu diria, gente que fala além do que eu entendo.
E todas pensavam que eu não conseguia parar de falar dele... Ninguém percebia, tampouco eu, que o que eu não conseguia era parar de falar das idéias dele! De tudo aquilo que algumas vezes eu já tinha visto ou pensado, mas nunca tinha falado ou compartilhado com alguém... Mas também coisas que eu nunca tinha reparado.
Em dialogo a Nietzsche, registrei aqui mesmo que ele me libertava e me fazia perder as minhas convicções. Já era então índicio dos elos intelectuais e não carnais.
Mas devo dizer que há não mais que 2 semanas ainda me encontrava enganada pelas minhas próprias percepções. Ainda pensava ser amor romantico, ser desejo de homem e mulher, ser saudade de lábios e toques... Jamais desconsiderarei aquele homem. Mas acho que está além da compreensão popular atingir tal entendimento. Acho que não entendem quando uma mulher respeita e admira outro homem sem ter a intenção de inseri-lo em seu contexto romantico.

Isso tudo eu entenderia por uma paixão que teve ou tem raiz na mente, não no meu coração.



[...]
Permita-me registrar uma observação pessoal: Não vejo mais maconheiros como foi Cazuza, Freud e os caras de ontem. Os maconheiros de hoje são grandes idiotas. São as mesmas drogas, mas as mentes cada vez mais vazias.
Além do mais, Nietzsche sempre é bem vindo...: "estou cercada por debiloides". Parece que todos são muito limitados... Dizem que ele era um cara avançado a sua geração... Mas percebo que ainda não chegou a geração a qual ele deveria pertencer... Então, encontrar alguém superior em tempos de "créu" seria estranho se não fosse apaixonante.


Amplie suas percepções! Exercite isso.

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O que está em roxo fui eu quem escreveu. O que está em vermelho, é de alguém, que eu li, curti e pensei "Caramba, que bacana! Eu queria ter escrito isso!".



* Preservo assim os direitos autorais alheios, posto que gostaria de que preservassem os meus.