segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Quando penso em 20 anos, penso em "muito tempo". Sim... Porque de fato, não suportaria esperar 20 anos por um amor marinheiro, não esperei sequer 4. De certo, não me lembrarei daqui há 20 anos dos amigos de hoje se não mantivermos contato, tampouco dos acontecimentos de hoje com precisão se não forem repetidos ou intensamente marcados em minha memória.
Ah! Em 20 anos muitas coisas se decompõem, o novo passa a ser objeto de museu, o habitual cai em desuso, os seios da gostosa caem, a mãe se torna vó, a moda vai pro fundo do baú, o celular da moda vira tijolão, vamos do pediatra ao ginecologista, de fraldas a micro calcinhas sensuais, o dinheiro desvaloriza (essa é a pior parte!)...
Mas quando penso que em menos de 1 mês terei 20 anos, imediatamente vem na minha cabeça a idéia de que "passou rápido demais". Será? Meio contraditório, visto que os 18 anos demoraram eternidades para chegar. Passei poucas e boas com os tais estabelecimentos proibidos para menores de idade. Meu desejo por fazer 18 anos era tão grande que hoje tenho quase 20 e há momentos em que daria tudo para ter de volta meus desajeitados 14 anos. Ah, um recado meu para os de 17: fazer 18 anos não teria a mínima graça se não viesse acompanhado da entrada para a faculdade. Colégio é mesmo um saco.
Os dias dos meus 19 anos se rastejaram. Foram todos praticamente iguais, sem nenhuma animação, nenhuma recordação boa que vá marcar o resto da minha vida. Mas quando chegou no fim do ano pensei "já?? Nossa, voou, hein!". Balela! Não posso reclamar tanto. Encontrei um cara bacana aos 18, com quem dividi todos meus chatos 365 dias de 2006, meus anseios, meu tédio e ganhei amor, carinho e um saquinho de "vamos lá, meu bem". É... Talvez o problema esteja comigo.
É... 20 anos. Não foi tão moleza. Vêm se aproximando aquelas coisas que há 10 anos atrás eu achava que ainda iam demorar muito como diploma, casamento, filhos, trabalho, pagar contas, preocupações... Lembro que quando eu tinha 10 anos, eu pensei, na fila de pagamento de IPTU em Rio das Ostras, mas não cheguei a exteriorizar, que ser adulto devia ser ruim; sim, porque adultos tem documentos, tem que guardar os documentos e principalmente, tem que saber onde estão. Coitada de mim! Eu era realmente muito ingênua. Ah, se todos os problemas dos adultos fossem apenas a respeito de seus documentos.
"Pare o mundo que eu quero descer!!"; Oras, quem foi que disse que eu quero crescer? Eu quero aquela fase que era só guardar a boneca no armário quando enjoava dela. Quero aquela fase que a minha única preocupação era tirar notas boas na escola senão ficava sem televisão. Ah, a televisão... Carrossel, Chiquititas, Chaves, Maria do Bairro, A Usurpadora, Colégio Brasil, Gugu aos Domingos... Eu nunca quis se bailarina, meu sonho de menina era ser uma Chiquitita! O sonho das meninas de 10 anos mais que eu de serem paquitas. E as de hoje de serem Rebeldes (ah, tudo bem. Não vamos julgar. Um dia elas vão achar ridículo). E o meu fanátismo por BackStreet Boys?? Não cheguei aos pés da Nathália que rasgou os pulsos para que cicatrizasse as iniciais BSB, mas... Foi inesquecível para mim também. Tive noite do pijama e não dormi, fiquei a noite toda no banheiro conversando; fui para acampamento em São Paulo e fiquei com aterrorizada com as histórias que contava do "Menino Mole"; Carreguei o fardo de ser "a feia" do colégio; fui uma das coroinhas preferidas do padre da igreja São Sebástião de Araruama...
Ai, tanta coisa aconteceu em 20 anos! Desses 20, 11 eu gastei em cursos de inglês, copiava as respostas das lições do CD ou de outra pessoa. Briguei de puxar cabelo e cair no chão. Me jogaram na piscina e fiquei batendo queixo. Apareci numa gravação do aniversário de 11 ou 12 anos de uma amiga ao fundo levando choque no chuveiro. Emprestei meu videogame e nunca mais o vi. Emprestei cd's, blusa, outro videogame... Também nunca mais vi. Continuo emprestando minhas coisas. Roubei Kinder Ovo do supermercado, confessei pro padre e rezei muitas ave marias e pai nossos. Brinquei de Tazo, fiz um menino ser expulso dizendo que ele tinha cuspido na minha cara, de maldade, uma vez que ele só tava falando cuspindo... Fui uma criança muito má, uma adolescente também. Fui muito boazinha também. Fazia casas populares para formigas... Imaginava que parte do meu dedão apareceria na tv das formigas como a maior doadora de lares. Ah, elas tinham tanto trabalho para fazer um formigueiro e eu poderia fazer tão rapidamente. Ajudava velhinhas carregando sacolas pesadas na rua, cedia meu lugar no ônibus e depois passava mal porque minha pressão caia. Matei meu tamagoshi de maldade. Vi meu pai sendo enterrado. Enterrei minha mãe dentro de mim. Resgatei ela anos mais tarde. Tive medo dos meus avôs morrerem. Chorei várias noites pensando nisso. Ainda choro. Eles tão mais vivos que eu. Sonhei que morria. Sonhei que estava grávida. Sonhei que os outros morriam. Sonho todas as noites, sonho várias vezes por noite. Vomitei de tanto beber, parei de beber. Fumei de onda, hoje condeno a tal da onda. Quebrei a pata da minha cachorra de maldade. Queria com 3 anos andar de cavalo sozinha. Meu avô ficava com o coração na mão. O cavalo morreu, peguei pavor de cavalos. Meu avô me disse quando eu tinha 2 anos: "não segura o pintinho que ele morre, Dora", "morre não vô. tô dando carinho"......... "vô. o pintinho morreu...", "EU FALEI PRA VOCÊ!!!!!!!" e toma tapa no bumbum para aprender. Tomei pedrada na testa em Goiás. Cai e quebrei a cabeça, 7 pontos. Tenho medo de praia, sempre acho que pode vir um tubarão ou uma arraia e me pegar. Já quase morri afogada em Angra com as tais valetas assassinas. Você tá lá numa boa, a onda vem, a areia abre um buraco e você é puxado para baixo na pressão quando a onda vai embora. Já namorei na árvore, brigamos e ele me deixou lá em cima. Me ralei toda pra descer. Já sai pra almoçar em restaurante chiquérrimo de comida marítima em Paraty e enquanto todo mundo comia lula eu comia uma caixa de Mentex. Na primeira vez que fui no Mc Donald's chorei que não queria comer o hamburger. Comi o pão com tomate e alface. Já comprei coisas que não tinha meu número pensando "vou emagrecer só para usar", entusiasmada com uma promoção. Nunca consegui emagrecer. Tive aquelas mochilinhas de plástico tipo bóia. Tive da Kippling também. Rasguei minhas calças, escrevi nas blusas. Fui quase grungi. Lembro de comerciais antigos como "allstar é fácil de calçar... você põe, aperta e puxa" (repete) ou "JAMES! O menino está com sede e não temos laranja... - Mas ele vai adorar o novo Tang sabor laranja; o menino tomava, lambia os beiços, um elefante gritava (não sei o nome do som que o elefante faz) e ele dizia - Quero mais!, a mulher gritava denovo - JAAAAMES! e o James dizia baixinho - ele não merece". Lembro da que lançou o Fangandos no Brasil. O espantalho do Fandangos descendo num escorrega de arco íris e caindo numa piscina de fandangos. Quando tomei conhecimento sobre a existência do Miojo, passei a querer comer todos os dias. Viciei. Hoje em dia não suporto. Não gosto de festas juninas, mas era o único lugar onde eu sempre ganhava brindes. Nunca ganhei uma rifa, sorteio, promoção de tv, bingo, aposta na quina, tele sena ou papa tudo. Não aposto mais! Tenho saudades da Soda, mas parei de tomar refrigerante há 5 anos completos. Tentei parar com outras coisas, mas não consegui. Brincava com lápis de cor, a rosa era apaixonada pelo azul, a verde tinha inveja, a amarela era a melhor amiga da rosa e a laranja era irmã da amarela que fofocava tudo para a verde. Gritava para minha vó quando acabava no banheiro e o papagaio do vizinho gritava junto. Tive uma tartaruga. Tinha medo dela. O grandão do segundo ano quase me afogou na piscina quando eu tava na segunda série de maldade. Eu achava na sexta série que os caras do primeiro ano eram MUITO velhos. Eu catava cana antes de ir pro colégio com meu avô até encher a caçamba. Minha mão enxia de fiapos e eu ficava choramingando. Beijava meu primo com muito menos de 10 anos. Tive muitos vistos negados e não fui para Disney com 10 anos.


Tanto mais coisa me aconteceu... Ó céus. Nostalgia faz bem. Dá saudades, mas tenho preguiça de fazer denovo. Mas ainda não me conformo com a idéia dos 20 anos. 20 anos! 20 anos!!!!!!!!!

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

Dinamica de Grupo - 1ª aula

Pergunta: Imagine -se como uma fruta. Que fruta é você?

Resposta: Um coco.
...maiores explicações: cabeça dura;
não muito atraente estéticamente, mas cheia de conteúdo.
2 faces, reflete meu paradoxalismo, minha uniformidade de idéias e pensamentos.


Desenhe um símbolo (importante):


* Uma televisão.
...maiores explicações: não, ela não é importante para mim.
Inclusive, venho refletindo sobre essa idéia do símbolo há um tempo, vide que gostaria de fazer uma tattoagem. Concluí que não há nenhum símbolo de importancia na minha vida; e aliás, considero que somente a minha vó é de grande importancia na minha vida.
Então desenhei essa televisão (não essa, outra. Num papel. Essa foi no Paint). É porque é uma coisa que não importa quantos anos se passem, sempre que ver uma televisão, vou me lembrar da minha vó.

Salve 3 dos 10 elementos abaixo de um grande dilúvio.
LADRÃO - PROSTITUTA - DEFICIENTE MENTAL - GAY - DEPUTADO - PASTOR - PADRE - MADRE - CEGA - TRAFICANTE

Salvo o deficiente mental, o gay e a cega.
...maiores explicações: não tenho religião, o resto que morra e seja extinta a raça da face da Terra.

Tema: violência cognitiva ou psiquica

1ª aula de A INFLUÊNCIA DA TELEVISÃO NO COMPORTAMENTO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES (curso de férias)


Pergunta 01 do debate:

Nascemos violentos ou nos tornamos? Por que?
Não acredito nessa questão do inato psiquico por sí só... Embora não deixe de levar em conta a existência da possibilidade de um nascimento com comprometimentos (patologia) neurológico. De uma forma geral, no meu ponto de vista, o meio exerce total influência no indivíduo. Acredito na teoria filosófica que levanta a questão de sermos uma folha de papel em branco pautada a ser preenchida.

Uma pessoa criada em ambiente violento será necessariamente mais violenta do que outra criada de forma saudável?
"Necessariamente" é uma palavra de peso. Acredito que esta pessoa tenha maior propensão, muito mais que a que é criada de forma mais saudável. Acredito também que em dado momento essa violência possa transparecer, por conta de algum fato extremamente estressante por exemplo. Os filhos são espelhos dos pais.

Filhos de pais violentos tendem a ser violentos?
Repito que os filhos são espelhos dos pais. Sim, acredito nesta tendência. Mas acredito também na intervenção do meio.

A natureza humana se constitui em fazer mais o bem que o mal ?
É uma questão a qual vivo refletindo e discordo. Acredito que o mal é mais fácil de ser realizado e que o ser humano busque por facilidades o tempo todo. Acho todavia, complicado generealizar algo tão complexo quanto a natureza humana. Cada individuo é de um jeito e as coisas se formam também de seu jeito singular.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

li por ai...

Aprendi que crescer não significava só fazer aniversario
Que o silencio é a melhor resposta quando se ouve uma bobagem
Que trabalhar não significava só ganhar dinheiro
Que amigos a gente conquista mostrando o que somos
Que os verdadeiros amigos sempre ficam conosco até o fim
Que a maldade sempre se esconde atrás de uma bela face
Que a natureza é a coisa mais bela da vida
Que quando penso saber tudo, ainda não sei nada
Que um só dia pode ser mais importante do que muitos anos
Que se pode conversar com as estrelas
Que se pode confessar com a lua
Que se pode viajar além do infinito
Que ouvir uma palavra de carinho faz bem a saúde
Que dar carinho também faz bem
Que sonhar é preciso
Que se pode ser criança a vida toda
Que nosso ser é livre
Que Deus não proíbe nada em nome do amor
Que o julgamento alheio não é importante quando o que realmente
importa é a paz interior
E finalmente aprendi... que não se pode morrer para aprender a viver

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

falsa imagem

Baia de Guanabara, em São Gonçalo/RJ
Foto por: Márcio

É impressionante como que os olhos de um bom fotografo pode ludibriar a percepção do observador. A prefeitura de São Gonçalo poderia até contratar a pessoa que tirou essa foto que vê acima para cartões postais. Vendo desse jeito, com esses contrastes naturais, somado a esses jogos de luz e sombra que a natureza fez, você é até capaz de dizer suspirando "ó, que bonito!".
Pera lá... Bonito?? A foto?? Ah, tudo bem... Talvez eu também achasse se eu não soubesse onde fica esse lugar. É a mesma coisa que achar bonita as fotos de Sebastião Salgado. São bem batidas, tem perspicássia, denotam um olho que vê algo que ninguém presta atenção de um jeito inigualável, são... interessantes! Pronto! Mas bonita, claro que não são. O que tem de bonito a paisagem de uma vergonha carioca?
Quando era criança e tampava meu nariz ao passar por esse local, ficava imaginando se as pessoas que moravam nesse local e tinham de conviver com o insuportável e desagradável cheiro de podre, se elas também passavam o tempo todo com o nariz tampado ou se penduravam pregadores.
Quem vem pela Niterói Manilha pode se dar o desfrute de assistir essa imagem ou melhor, sentir essa imagem incomodando suas narinas e entender melhor a mensagem que eu tento colocar aqui. Aquilo é um cartão postal sim... Um cartão postal que retrata o descaso com a sociedade local. Se a baia de Guanabara é muito bonita para os olhos do pintor Paul Gauguin ou se serve de inspiração para compositores como Cole Porter certamente é porque eles não conhecem este lado acima retratado.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

tempo 2 x vaidade 1

para os olhos, cores, lentes, maquiagens, palpebras caídas
para os cabelos, tintas, apliques, cortes, penteados, enfeites, fios brancos
para a pele, bronzeamento, tratamento, creme, banho, enrugamento
para as maos, esmaltes, cremes, água, calos
para os pés, buxas, chinelos, meias, salto finos, bolhas
para a vaidade, nada resiste ao tempo.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

aaaah, o verão!

Aaah, o Verão!
Dizem que é a estação da perdição.
É porque no verão que você faz tudo aquilo que vai contar para os seus netos, bisnetos e tataranetos um dia.
Dormir de cueca, dormir de calcinha: é só no verão!
Viajar para montanha, para cachoeira, para o balneário: é só no verão!
É no verão que o amor florece.
O amor à preguiça, amor ao sol ou até mesmo o amor a uma sirigaita.
Ou uma duzias de sirigaitas.
Porque não?!
Seja otimista rapaz, é verão.
Vai contar o que para o neto?
Que ficou jogando o dominó?
Não, vai contar que pulou da pedra, comeu churrasco, deu cambolhatas...
Essas coisas que a gente só faz no verão.

Aaah verão.
O verão é agora, e tá redondo.
Yeah, yeah!!!



Se beber, não dirija.

Compromisso ético:

Detalhe SUPER importante sobre este blog:

O que está em roxo fui eu quem escreveu. O que está em vermelho, é de alguém, que eu li, curti e pensei "Caramba, que bacana! Eu queria ter escrito isso!".



* Preservo assim os direitos autorais alheios, posto que gostaria de que preservassem os meus.