Mensagem de fim de ano

Namorado, Amigos e amigas, famíliares... ou simplesmente pessoas queridas;

Como de prache, o ano acaba e a gente fica com aquela sensação de renovação, de alegria e principalmente de agradecimento. Agradecer é realmente o mais importante e sábio. Posto que nem todos os momentos foram bons... E como há de se convir, os próximos anos também de todo não serão. E aquele velho papo de consultório de que o que importa é saber tirar proveito de tudo e fazer valer a pena é o clichê que de maneira mais simplista resume a idéia do viver bem.
Sem mais, que esse espírito de renovação sirva para te dar forças para que em 2008 vc conquiste os seus velhos desejos que pela falta de persistência e credulidade vc deixou pra trás. Que vc assista menos Big Brother, leia pelo menos 2 livros, viaje entre amigos e intensifique seu amor. É o que eu desejo pra mim, é o que eu desejo a quem eu quero bem! ;)

Feliz Ano Novo ♥ !
:)

Natal de uma menina ranzinza;

Todo fim de ano é a mesma coisa!
Natal é mais data do capitalismo do que da fé e da família. Como quase todo feriado no Brasil. É só uma desculpa...
Desculpa por ter engordado 2 kg. Desculpa pra traduzir em palavras um sentimento que nem deveras sente, mas que tem que por no cartãozinho de Natal. Desculpa para doar agasalhos velhos e comprar muitos vestidinhos e shortinhos novos. Desculpa pra reunir a família que no corre corre do dia a dia quase nunca tem tempo de trocar umas palavras... Dai tira uma foto legal ao redor da mesa e depois coloca em cima da estante para fazer parecer que aqui mora uma família unida. E mora? Ah, não convém entrar nesse mérito em pleno espírito natalino. É forçar demais.
Mas que seja... Natal é tudo igual!
Comidas frias e emborrachadas, preparadas e beliscadas ao longo do dia, servidas categoricamente meia noite. Peru, tender, pernil, costeleta de porco? Alguém me responde como é o Natal dos vegetarianos??
E aquela árvore de papelaria despresada o ano inteiro, montada por 1 mês no meio da sua sala, amparando presentes? Tem uma guirlanda na porta da sua casa? Noelzinhos enfeitando sua decoração? Bom, criançada vão dormir pq o Papai Noel vai chegar. Mas na minha casa não tem chaminé!! E agora??
Crianças de apartamento, não se preocupem pois o velho Noel chegou para vcs no último dia de aula? Pergunta a ele da próxima vez quanto que o flanelinha cobrou para ele estacionar o trenó. Ô curiosidade!
Amigo oculto é o reflexo da realidade inflacionada da classe média. Mas com o fim do CPMF a gente pode comprar uma porção de inutilidades, né? Por favor, não me dê meia nem pijama de Natal!
Quem inventou o panetone não sabia o valor de um pão fresquinho de padaria. Ainda bem que é só no Natal convenhamos!!
E bem criticado pelo meu namorado, ah de se convir que essa roupa vermelha dos Noeis em pleno Dezembro é dentre tantas outras coisas uma verdadeira maldade. Ô gente, acorda! Papai Noel brasileiro tem que trajar bermuda, chinelos hawaianas e uma camiseta que esconda todo o barrigão. Se em pleno inverno eu meto uma sainha sou vulgar, se em pleno verão eu meto um casaquinho tô doente. E pro Papai Noel, não tem senso de etiqueta não? Por favor, né?
Voltando aos cartãozinhos... AH, OS CARTÃOZINHOS!!! Nada mais demodê! Hipocrisia cretina maior que essa só 80% do povo na praia trajando branco na espera do ano novo. "Que o espírito natalino...", ah, me poupa de ler suas churumelas repetitivas e nada pessoais. Eu hein! Em cima do meu armário guardo um monte dentro de uma caixa. Se não servir de recordação, outra saída é virar reciclagem. Poupe sua caneta!
Roberto Carlos canta e todo o meu bom humor espanta. Eu fico realmente deprimida. Ainda bem que eu estou apaixonada, feliz, amando e sendo amada, senão... eu desligaria a televisão ou torceria o lenço.
Vários filmes de Noel. Nenhum cineatra se manifesta a fazer um novo filme de tema natalino? Po, ninguém aguenta mais ver a triologia de Macaulay Culkin nos tempos em que ele não cheirava e era bonitinho. Tsc!
Mas voltando ao capitalismo, o pior de tudo são os 10 vezes sem juros. Ai ai... Feliz Natal pessoas endividadas, gordinhas e entediadas como eu.

Obrigada, meu pai.

"a gente nunca acha que vai acontecer com a gente"... Mentira! A gente acha sim... Mas o fato de achar não muda nada para os ousados (leia-se abusadinhos). Não posso garantir que vai ser a última vez, mas posso afirmar com certeza de que esta vai marcar de fato a minha vida.

Hoje uma porção de imagens mnêmicas invadiram a minha cabeça. Outra sensação como esta ocorreu há mais de 8 anos atrás. Foi numa manhã ensolarada de segunda feira de Agosto de 1999 que me deram a notícia de que meus sonhos nunca mais se realizariam. Eu jamais saberia então o que seria uma casa completa... pai, mãe, eu e meus dois irmãos. Jamais isso aconteceria, porque há poucas horas atrás a parte fundamental do meu sonho teria sido cuspido para fora do carro e uma pedra gigantesca teria lhe causado um traumatismo craniano que lhe custaria a vida. Naquele dia eu envelheci a minha alma em anos. Deixei de ser sonhadora e encarei a minha realidade. Não que fosse ruim, mas não era desejada. E tem gente que diz que eu reclamo de boca cheia... A boca, o armário, as gavetas, a carteira... Tudo é cheio mesmo. Mas meu coração perdeu uma parte, minha vida perdeu sentido... Alguém entende isso?
Foi a partir daquele momento que eu aceitei meus avós como meus pais. E vi que eu sempre tive uma família completa. Mas essa aceitação foi meio fantasiosa. É porque todo mundo esperava isso de mim. Mas no fundo, eu queria mesmo era meu pai de volta. Acho que eu nunca deixei de querer.
PEDRA FILHA DA PUTA!!

Hoje eu vi a minha pedra. Tive a mesma sensação!
Minha pedra na verdade era um pálio vermelho. Em baixissima velocidade, pela pista central da Ponte Rio Niterói, ela foi crescendo aos meus olhos. E por mais que eu reduzisse a velocidade, por maior que tenha sido meu esforço de livrar meu carro, a mim e as duas meninas, que estavam comigo, de perderem também seus sonhos, eu não tive total sucesso.
A pedra foi ficando cada vez maior, minha perna esticada no freio, o carro teria parado se fosse em condições normais... Mas a pista molhada fez com que o carro patinasse e fomos de encontro a traseira daquele pálio.
Meu carro parou. O dele não.
O dele foi arremessado para frente e depois jogado para a lateral da ponte, ameassando capotagem para a pista em direção oposta. Mas voltou. Graças a DEUS voltou!!!! Voltou e caiu novamente na pista do meio.
Eu fiquei estatelada, olhando cada movimento do carro oposto.
Olhei para trás e vi a menina se movimentando, mas a menina ao meu lado entrou em estado de choque.

Gritei! Gritei muito. Gritei e nem senti a garganta doer.
Um pouco de histerismo somado a muita vontade de que eu pudesse abrir meus olhos e acordar de um pesadelo...
Mas não era.
Aquilo tudo tinha realmente acontecido.
Tão logo a ambulancia chegaria e meu pé começaria a doer latejantemente. Reflexo do meu desespero.
Eu dentro de uma ambulancia, sendo atendida pelos paramédicos, dor aqui? E aqui? Ali dói? E aqui?

Do momento em que se vê o perigo até a chegada nele só uma idéia me invadiu: vou morrer! E morrendo, não vou ter tempo de dizer ao Arthur que tudo depende dele.
Não morri.
Não morri, mas é como se eu me despisse de uma alma e vestisse outra.
Deixou de ser tanto por ele expecificamente. Tornou -se também por mim.
Não por qualquer outro motivo, mas porque as pessoas que já eram importantes, ganharam proporção de valores dentro de mim a doses cavalares.
Não cheguei ao meu destino físico, mas cheguei em algum ponto dentro de mim que eu nunca haveria antes chegado. Um lugar onde eu deixo de ser o centro de mim mesma e passo a pensar nas pessoas que realmente importam. Meus avós, Arthur e meus amigos importam. E eu não sei se eu morreria fazendo todos crer dessa importância.
E quando vc encara a morte, a sua vida parece que muda de sentido. Como naquela manhã de 8 anos atrás... Buscar outros sentidos porque o existente ficou invalidado.
Obrigada, meu pai. Por estar viva, por estarem todos vivos, por ter meus avós e também Arthur e meus amigos. É ai que vc vê o quão pequena e inútil você é sozinha. Se o carro deu perca total, aqui dentro, aproveitamento total. Obrigada, MEU pai.

Isso não me pertence mais;

Se me ponho a pensar, prefiro parar. Antes de que a não evitável conclusão de que está tudo de cabeça para baixo me faça perder o sentido de minha existencia[!]
Posto que, se a condição desta existencia depende unicamente de mim, bem como o meu destino, equacionando o que acontece comigo nos próximos segundos é raiz do que eu faço com esses segundos agora, caso você não tenha se embaralhado no meu emaranhado de idéias soltas, você concluiu tão bem quanto eu, que a responsabilidade da citada anedonia é exclusivamente minha.
Não há para onde correr, encara de frente o monstro da realidade e nesse momento, diria aquele brasileiro saxônico em seu tom irônico provocador, me estigando raiva e reflexão, com o peito estufado e embebedado de certeza únicamente experimental, porém rica, que "se a realidade está te magoando, mude". Concordei! Mudei! Todavia, mudanças repentinas demais tendem a não se instalarem bem. Ficou alguma coisa. Via de regra, o espirito está cada vez mais enriquecido de idéias boas. Mas a boa verdade é que se por um lado o espirito joga moedas para o alto, o corpo, o físico, a alma e o coração estão em greve, já havia mencionado. A tal da calamidade interna.
Tudo bem, beleza! Se importa a mais alguém saber, depois de 30 dias não há mais nenhuma turbulência. Cansou! Nega-se é verdade, continua negando, porém forças para reclamar não mais tem. E depois que descobriu que ninguém morre de desilusão, questiona se não foi daí que foi sugado o verniz. Não tem brilho, não tem cor, não tem sabor, mas existe. Ou sobrevive. Machucado, ensanguentado, ferido, cansado, frágil, esmigalhado... Mas sobrou alguma coisa. Quem tem coragem de desligar aparelho de pacientes em coma ou estado vegetativo? Talvez você, que nada tem haver emocionalmente com o tal cara lá... que não vive, mas também não morre. Mas a mãezinha dele não desliga não. Ah, duvido!
Fica sempre aquela tal de esperança doente lá... amenizando ou martirizando ainda mais? Esperança não deveria ser um demonio? Uma patologia? Um enfermidade? Esperançar é suplicar a Deus impossibilidades. Devotar credulidade na causa perdida. Posto que, se não precisa de esperança, o que você precisa é de confiança. Esperança é estado de pré morte. Abominável esse cara que inventou a esperança! Mas me contaminou... E a amiga da psicologia veio dizer com seu vasto conhecimento psicanalítico freudiano... "você, tão nova, vai acabar adquirindo um trauma psiquico hj, aos 20 anos, que vai afetar toda a sua vida. Você não faz idéia disso, né?". Cortar de uma vez? Cortar aos poucos? Porra, se não existisse a tal da esperança eu poderia te responder. Mas é verdade, eu fico crendo que um dia essa tazmania vai virar paraíso. Fico esperando que essa chuva que já inundou e desabrigou centenas de sentimentos, passe e que ele venha... carregando dentro dele algo muito superior do que ele pode carregar com toda sua força braçal. Mas ela foi diria até intransigente (ou eu sou MUITO esperançosa??) alertando "não vai... esse cara que você procura, não volta mais para vc. Não existe mais ele ali dentro".
Depois disso tudo, eu já sei o que pedir a pelo menos 1 de minhas 12 uvas do Ano Novo.

Conceituando vivencias;

Co ex: Anedonia é a perda da capacidade de sentir prazer, próprio dos estados gravemente depressivos.

Acho que isso sintetiza tudo.

Uma breve pausa.

Capitulo 16 de Semiologia e Psicopatologia dos Transtornos mentais, (A afetividade e suas alterações). Pausa no estudo, me deparo em plena página 103 com a seguinte definição, diz Paulo Dalgalarrondo:
Paixões: A paixão é um estado afetivo extremamente intenso, que domina a afetividade psíquica como um todo, captando e dirigindo a atenção e o interesse do indivíduo em uma só direção, inibindo de outros interesses. Feche aspas!
Isso fundamentaliza a minha teoria de que a minha vida funcionaria em roldanhas. Posso aqui até anexar uma bibliografia caso quisesse reinvindicar a concordância dos demais. Isso explica muita coisa! Isso deveria concluir a odisséia nada - romántica dos últimos 7 meses.
Obrigada pelo break. As vezes é bom escarrar pensamentos. Volto aos estudos.

calei -me!

Meu coração me suplica já tem muitas noites por preenchimento. Eis que Cássia Eller saiu de seu sono profundo na última e veio as 6 horas da manhã, quando a euforia de toda aquela vodka, prósseco e tanto mais de whiskis me permitiram madornar e veio me perguntar porque estaria eu fazendo milhões de vasos sem nenhuma flor. A frase dormiu comigo, sonhei com ela e acordei ainda pensando nela.
Meu coração está cansado, tirou férias de mim mesma. Ou será que me abandonou? Não sei se é verdade toda aquela história de que o Disney está congelado esperando pela cura de sua enfermidade, mas metaforicamente, sinto-me Disney há algumas semanas. Odeio me sentir traumatizada, lembro bem de já ter respondido que eu amo intensamente mesmo e que se eu caisse, eu levantaria e seguiria em frente, ainda que viesse a cair denovo. Filosofia perdida? Ah, não!! Reage, porra!
Tentando disfarçar, já não procuro mais soluções. Sentei em cima do problema e estou esperando um trem passar. Há aí um porém... O trem já passou muitas vezes, mas eu nem sequer me levantei. Talvez por conta de uma infeliz esperança (NÃO PRECISO CITAR DENOVO O QUANTO EU ODEIO ESSA TAL DE ESPERANÇA, NÉ?) de que volte a minha estação aquele trem de 8 meses atrás. Tempos bons! Odeio ainda fazer parte do abrangente grupo de pessoas que só reconheceram o valor quando perderam. Odeio!