quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Arquiteta e decoradora de minha própria casa



Fechei os olhos e fiquei construindo a minha casa mentalmente. Convido -o a acompanhar minha lúdica odisséia...

Em primeira instância, quero morar numa casa de número par.
Não tão importante, mas merece ser lembrado, que não fosse numa travessa ou vila...
Quero morar do lado de uma padaria, de um jornaleiro, de um telefone público e numa cidade em que as farmácias façam entrega 24 horas sem cobrar por isso e que eu possa dormir de janelas abertas sem me preocupar com outra coisa, senão com infelizes e inconvenientes seres conhecidos por mosquitos.

O portão, uma roda gigante colorido. Cada cor, representando uma sorte. Com a chave mágica em formato de borboleta, vc entra e senta, quando atingir o topo, sai do brinquedo, abre a trava de segurança e está na varanda.
Esta por sua vez, toda iluminada e com tons pasteis, cheia de verdes e passarinhos cantando. Exatamente assim. Um beija flor azul que me visite todas as tardes. Uma rede indiana também, para que passe a impressão inicial de que sou apegada a natureza. Infelizmente, eu não sou. Mas acho que é uma boa impressão inicial. Vai esconder de mim mesma a verdade de que em meu passado infantil, arrancava rosas de suas raízes. O que há de mal? Enquanto eu arrancava pensava: "HAHA... VOCÊ VAI MORRER". Confeço, já torci por vilões. Além de apegada ou apreciadora da natureza, também vai passar uma idéia de romántica. Dizem que piscianos são románticos. Talvez eu seja mesmo aquariana e não saiba!

Pois bem... Além da rede, uma mesinha redonda de vime ou de jornal... Ou de qualquer material que passe a impressão de que eu gosto de trabalho artesanal. A entrada da casa é como o meu sorriso. Um caroço de feijão e pronto, acabou tudo; mesmo quando falso, tem que parecer bonito, feliz e inspirador. E voltando a mesinha... Que nessa mesinha tenha um livro de Paulo Coelho. Além disso, na parede, ao lado esquerdo da porta, em referência ao lado esquerdo do peito, o símbolo da amizade em japonês em metal. E consultando uma mística, que ela me diga o que colocar para simbolizar que nessa-casa-não-entra-mal-olhado. Esqueci de dizer que não sou muito respeitosa quanto aos símbolos japoneses... Acho de verdade uma coisa imbecil. Mas para qualquer um que olhe, vai pensar que sou uma pessoa muito boa amiga.

Não detalhei a porta... Que seja branca ou marfim para combinar com os tons pasteis escolhidos. Sobre a maçaneta, dispenso -a. Que a porta se abra ao colocar a mão no símbolo japonês, ainda em referência ao tal "no lado esquerdo do peito", e que jamais se abra com violência. Também quero que na porta tenha uma frase de Nietzshe minunciosamente talhada na madeira. A frase é a minha preferida "morra no momento certo". Sempre que eu entrar em casa, principalmente nos momentos de depressão, infelicidade ou carência, quero ler esta frase ou ainda que não leia, lembrar que ela está lá escrita.

Esta porta dará acesso a minha sala. A sala onde quero recepcionar meus amigos ludibriados por tanta informação falsa contida na varanda. Quero o chão de vidro, sustentado (visto que estamos no alto) por colunas fortes e seguras. Mas que ao olhar para o chão, vejamos uma ampliação gigantesca extendida por toda a sala de um quadro o qual não sai da minha cabeça de Salvador Dali. Não vai dar para perceber o quadro de nenhum ponto da casa, apenas eu saberei o significado e a forma. Isso facilita para quem for fazer o trabalho, vai poder me enganar que não vou perceber nenhuma imperfeição. A única coisa que perceberão é que aprecio arte visual. E isso, não é mentira.
Um sofá, do mais confortável e enorme possível, de cor ainda não pensada. Gosto de tirar longos cochilos na sala. De frente pro sofá, uma televisão. Ainda mais verdes, tapetes, quadros, telefone, som, relógio antigo e uma mesa com tampa de vidro e pés de aço prata com 8 lugares. Dois para mim e o homem que eu amar, um para Thiago, meu filho, outro para Lauanda, minha filha caçula (2 anos mais nova) e os quatro demais lugares para que nunca ninguém tenha que comer no sofá; para que meus filhos chamem seus coleguinhas de colégio para se tornarem amigos inesquecíveis de infância no futuro; para seus namoradinhos e os pais de seus namorados; 8 lugares, essencial. Também penso naquelas reuniões familiares e tenho muitos irmãos.
Ah sim, mesinhas por todos os cantos, que sustentem inúmeros porta retratos, de todas as partes do mundo, desde um chinês do tipo custou-o-olho-da-cara até mesmo um de vidro de R$ 1,99. E que em todas as fotos estejamos sorrindo e que nos faça rir quando percebemos o quanto ridiculos e cafonas eramos de 10 em 10 anos.

Desta sala, a sala de todos, uma corredor estendido desembocando-se várias portas. Que a primeira seja a da cozinha. Preta e de eletros cor de aço. Sem mesa. E que na geladeira não falte danone, leite e lactobacilos vivos para minhas crianças. Frutas numa cesta de vime num lugar visivel. Quero que as minhas crianças gostem de tudo que é saudável e que eu rejeito. No armário tenha chips, balas e bombons, e que estas crianças sejam crianças normais, que implorem por batata frita e bife aos sábados e façam cara feia para brócolis.

Em frente à porta da cozinha, seja o toalette social. Por ser toalette, dispensaria dizer, mas há quem não saiba a diferença, portanto, não terá chuveiro. Simples. Além do sanitário e da pia, que seja de cor salmon, que passe harmonia, serenidade.

Uma porta. Estratégicamente localizada como impecilho de visitantes continuarem a entrar em nossa intimidade.

Abrindo esta porta, o quarto de Thiago. Cama, armário, escrivaninha, confortável, bonecos, carrinhos, bola, brinquedos enfim... Construtivos ou não. Os da preferência dele e os da preferência de Piaget.
Em frente a porta de Thiago, meu filho, a porta de Lauanda. Por fora marfim como a de todos, por dentro rosa, combinando com o resto da decoração cuidadosamente preparada para não pecar pelo exagero. Cortinas em tom salmon.
2 passos a frente, ainda pelo corredor, o meu quarto. Uma colchão de casal daqueles de comercial de amaciante. Um closed. Sempre quis um closed. O meu banheiro.
A frente do meu quarto, o banheiro de meus filhos e do homem que me amar.

O vidro simboliza a transparencia. O que puder ser de vidro, será.

Enfim, mais uma porta como obstáculo de conhecer o corredor inteiro. Esta porta somente eu terei a chave ou o código de entrada. Seja o meu canto de ser eu mesma. Que seja lá que eu chore quando não conseguir me conter, que seja lá que eu reflita sobre meu comportamento e atitudes, que seja lá a oficina de meus pensamentos. Que lá eu escreva a novela que eu tanto sonho em um dia escrever. Que ninguém pise lá sem que eu autorize. Que lá esteja meu passado, minhas recordações mais íntimas. Que seja a minha alma concretizada. Que fique sombrio quando eu apagar as luzes, jamais totalmente escuro. Que lá eu encontre meus remédios caseiros feitos por mim mesma, que curam minha depressão, na composição de esferográfica e celulose.

Rua dos Bobos, número 2.

sábado, 17 de fevereiro de 2007

Refletir é como uma masturbação mental... Conclusão é orgasmo. Quem faz as coisas sem pensar, ejacula precocemente e não aproveita nada do clímax. Hoje eu tô me sentindo Veríssimo... Imagina se Lispector lê uma coisa dessas!

texto de 2005




Procuro um amor...

Que aceite como sou e não tente me mudar
Que me entenda com olhos e beijos, dispensando as palavras
Que me queira à todos os instantes mais que tudo nessa vida
Que me dê prazer como ninguém nunca o fez
Que me faça ser feliz e divida sua felicidade
Que me apaixone todos os dias
Que me faça sentir única em sua vida
Que ouça todos os meus medos e receios
Que me aconselhe
Que me acompanhe e nunca me deixe sentir só
Que veja comigo o por do sol e nascer
Que não tenha medos nem receios
Que seja meu amigo, meu pai, namorado e amante
Que me proteja de todo o mal que eu inventar na minha cabeça
Que me ligue todos os dias pra somente ouvir minha voz
Que lembre de todas as datas importantes
Que diga todos os dias o quanto eu sou especial
Que seja romántico e me trate com carinho
Que ao fechar os olhos só a minha imagem venha em mente
Que seja leal, fiel, preocupado e apaixonado
Que me ame...
E que me amando, me respeite, me entenda e me acompanhe
E que seja eterno enquanto dure!

sábado, 10 de fevereiro de 2007

tattoei a assinatura da mulher mais importante de toda a minha existência. uma forma de leva -la comigo fisicamente onde eu for, além do coração é claro, pro resto da vida.

talvez depois faça algum post melhor sobre ela.
é merecido... não foi só uma tattoagem; tem significado.
mas por hora, é só isso!

domingo, 4 de fevereiro de 2007

mudaram as estações, nada mudou



"Definir é limitar"; ouvi isso em alguma aula chata de Metodologia Científica.
É, até que na faculdade a gente aprende alguma coisa aquém de conteúdo meramente profissional.

(...)

Seguindo esse conceito, me considero um ser muito esquisito, impossível de demarcar limitações, logo, impossível de aceitar definições. Ainda vigora em minha vida aquele texto dos meus 16 anos em que eu dizia ser uma menina paradoxal. Continuo vivendo a fase conflituosa de ser e não ser, não ser e também ser. Tanto se estendeu essa fase que concluo se tratar de uma característica (, muito embora saiba que a turma da psicanálise chamaria de patologia).


É válido lembrar que os seres mais inteligêntes e interessantes de nossa história, eram ferozmente acusados e gozados por insanidade e de desconexo de idéias. LOGO... (conclua meu raciocínio).

Compromisso ético:

Detalhe SUPER importante sobre este blog:

O que está em roxo fui eu quem escreveu. O que está em vermelho, é de alguém, que eu li, curti e pensei "Caramba, que bacana! Eu queria ter escrito isso!".



* Preservo assim os direitos autorais alheios, posto que gostaria de que preservassem os meus.