sexta-feira, 11 de junho de 2010

Entrevista para Fac. Maria Thereza

1- Como é o seu trabalho?
Lido com crianças de meses até 5 anos. Meu papel como psicologa escolar é de intervir com a psicologia nos acontecimentos naturais de cada faixa etária. Também observação e se necessário, encaminhamento, pois Psicologo Escolar não é Psicólogo Clínico.

2 - Qual é a função social da escola?
Trabalho com Educação Infantil e vou falar apenas da Educação Infantil. Saindo do leito familiar, a Escola é o primeiro espaço social ao qual as crianças entram em contato. São crianças de diferentes famílias e regimentos convivendo num espaço comum. Aqui não é apenas Escola, é também Creche... Então, tratam-se de crianças que entram 7 horas da manhã e saem as 20 pros pais irem trabalhar, porque é esta a realidade do mercado de trabalho e trânsito no Brasil. Chegam em casa fartas e cansadas, dormem e no dia seguinte, estão aqui conosco denovo. A Creche é responsável pela higiene, pelos cuidados e principalmente pela educação desse futuro adulto. A Creche Escola deverá ser uma continuação do espaço familiar, e assim irá impor os limites, ditar as regras, ensinar o que é de competência pedagógica, auxiliar no desenvolvimento das crianças desde desfralde, troca de mamadeira para copo, mordidas...

3 - Há quanto tempo trabalha nesta instituição?
Desde Janeiro de 2009

4 - Qual é a sua abordagem?
Não sou religiosa a nenhuma abordagem. Não sigo apenas uma, cada caso é um caso... mas gosto de Freud e TCC.

5 - Quais são as dificuldades e facilidades que você encontra para realizar o trabalho nesta instituição?
Já discutia esse assunto desde meus tempos de faculdade, nas aulas de Psicologia Escolar. Existe uma diferença entre a Escola particular e a Escola pública. Os assuntos que envolvem o comportamento devem ser tratados com muita cautela, por motivos diferentes em cada tipo de Instituição. Na particular o motivo é de ordem financeira, na pública o motivo é da ordem do medo. Nas particulares os pais cobram muito mais também, têm mais dúvidas e digo até, interesse ou curiosidade sobre o desenvolvimento de seus filhos. Os pais gostam de um psicólogo na Escola, mas na realidade a Escola não gosta da presença do psicólogo. A Escola, a parte administrativa, limita o trabalho do psicólogo, reprime e sistematiza. Para a Escola o psicólogo agregará vantagens se enviar textos padrões do desenvolvimento (mordidas, sobre alimentação, sobre desfralde, sobre crescimento e etc.), se assinar nas avaliações períodicas que a Escola emite. Mas a Escola particular é instituíção financeira, movimenta-se com dinheiro e perder uma criança, é perder dinheiro. Por isso, ela limita o psicólogo, para não causar desconfortos aos pais. Pois muitos pais, reagem a certas situações como "meu filho foi mordido pela mesma criança 3 vezes" tirando a criança da Escola, acreditando que a criança que mordeu é uma criança com família desestruturada e que a Escola não teve cuidados suficientes com relação aquela criança. Os pais são ignorantes às fases. A Escola tem apenas o desejo que o psicólogo as informe para que os prepare para quando aconteça, mas não quer que faça relatos. Não quer 'problemas'.

6 - Como funciona o trabalho em equipe?
Só funciona se for em equipe. O psicólogo não pode ver tudo, o professor observa muito mais... Durante as aulas, então é ele quem sinaliza.

7- Você acha que só a formação é suficiente?
Não, a formação dá a base. É a ferramenta para a prática.

8 - Como você lida com a inclusão para alunos deficientes?
Eu não lido com isso, porque na minha Escola não há alunos deficientes. Eu não tenho uma opinião formada por prática ou por estudo... As Escolas devem aceitar, algumas pessoas acreditam que os deficientes devem conviver com as pessoas normalmente... isso é uma lei, um direito, um estatuto. Entretanto, eu acredito que não exista preparo suficiente nos profissionais para este tipo de situação. Por isso, se fosse meu filho, eu colocaria numa Escola para alunos especiais. Não dá para sermos hipócritas, a sociedade é muito preconceituosa e as crianças também. Não é necessário ao deficiente passar por situações como bullying apenas para enfrentar os preceitos da sociedade. As Escolas Especiais tem estrutura adequada para essas crianças, e essa estrutura acaba sendo cara. Isso vai custar para as particulares comuns e não é visto como um investimento, pois não há demanda significativa, então as Escolas não o fazem. Os políticos vêem vantagens, por isso vejo escolas públicas com a estrutura, mas vale dizer, apenas a estrutura. Os profissionais sem preparo. E isso é um problema geral. Se como eu disse, só a formação não me é suficiente e que tive que aprender as coisas na prática lidando com crianças comuns, não é diferente aos profissionais da pedagogia. Eles também saem da faculdade precisando praticar para aprender. Existem especializações, não dá para obrigar os professores a se especializarem em educação inclusiva. Cada um se especializa no que quer. Eu sou psicóloga Escolar, eu não faço atendimento clínico, eu lido com crianças, eu não tenho resposta sobre as fases dos adultos ou dos idosos. Eu não me especializei. A minha faculdade deu UMA cadeira sobre cada fase. Não dá para cobrar de mim o que eu não sei, não dá para cobrar do ortopedista o que é de competência do cardiologista. Entende aonde eu quero chegar? Tem que ter qualificação, especialização, estudo para lidar com essas crianças e eu acho que as Escolas não tem estrutura básica mínima para isso. É essa minha opinião.


Doralice Tavares - 23 anos, Empresária, Diretora e Psicologa Escolar

quarta-feira, 2 de junho de 2010

" Dora Tavares "

Disse ele: aah..dps vc me explica essa de botar o nome entre aspas...to muito curioso!

Resposta: Quanto as aspas no nome: É que eu me identifico profundamente com Clarice Lispector....

"Quanto a mim mesma, sempre conservei uma aspa a esquerda e a direita de mim..."

E ela quis dizer com isso que ela é (seja o que for)... mas nem tanto.
;)


BEIJOS!

Compromisso ético:

Detalhe SUPER importante sobre este blog:

O que está em roxo fui eu quem escreveu. O que está em vermelho, é de alguém, que eu li, curti e pensei "Caramba, que bacana! Eu queria ter escrito isso!".



* Preservo assim os direitos autorais alheios, posto que gostaria de que preservassem os meus.