sexta-feira, 10 de abril de 2009

parasita amor;


Já faz tempo sinto coisas esquisitas num canto muito profundo e obscuro do meu ego.
Dei -me conta ser amor.
É que amar é processo individual. Se desde de Shakespeare o amor é sofrer, ninguém mais questionou. E fez-se um protótipo de amor e passou -se a acreditar que o amor era aquilo e todo mundo o viveria da mesma forma.
Não se admitiria nenhuma outra forma de amar. O amor ciumento, bandido ou malandro é quase sempre visto como patologico, sem falar que o amor homossexual é inaceitável. Ensinaram nos a amar... Disseram para que nós amassemos aos pais em primeiro lugar, a apenas um ser do sexo oposto, aos nossos filhos mais que a nos mesmos, a nos mesmos mais que tudo, a natureza e aos bichos, aos inimigos, a Deus... Na verdade, ninguém sabe direito do que nos mandam fazer. A intenção não é de toda ruim... Mas é alienante.

O amor é encanto.
Então o amor se quebra, o amor não é eterno.
E por isso inventaram a nomenclatura 'paixão'.
Para que o amor não perdesse um caráter absurdo, que estipularam, e fosse então incondicional e eterno ao amante.

Oras, o amor pode ser... ou não ser.
O amor é singelo, precisa de 2 partes para ser ser vivido, mas apenas 1 para existir.
E o amor não "passa"... O tal do tempo que a tudo é capaz de curar, ao amor não cura. Não cura mesmo! Ao amor o tempo não se equaciona... Um relacionamento longo representa uma vida toda, aos que sentem saudades de seus amores, o tempo quase para, aos que vivem momentos felizes ao lado de seus amores, o tempo corre...

Vivo um amor calado; porque não é conveniente grita-lo. E também porque a ninguém interessa e como é a natureza do grito, a quem se ouve, incomoda.
Ele não dói. É como uma cicatriz que adquiri depois de um dia aventuroso. As vezes me incomoda a sua existencia, as vezes me remete a um tempo bom, as vezes esqueço que ela existe, mas nem por isso, ela deixa de existir. Ai boto uma saia mais curta e acabo deixando que todos vejam.
O amor que ficou é exatamente isso... uma cicatriz. Não há plástica que tire, e nem sequer tattoando qualquer coisa por cima ela deixará de estar ali. O único jeito é completamente inviável, trataria-se de uma amputação de membros.

O amor não tem motivo para ser e quando é, quase que dói. Mas uma dor branda, embora as vezes fagulhe. Daquela dor que é boa de sentir, nem que seja pelo fato de constatar possuir o tal membro que dói.
Daquelas dores cronicas que vive sentindo e morrerá sentindo e portanto se acostuma a te-la... acostuma a dor que quase esquece, sem contar aqueles momentos que lateja.

O amor não escolhe a cara, a cor, o visto. O amor é lente poderosa, que enxerga através do que se toca, do que se vê, vai aonde é sentido.
O sentido nem sempre precisa ser seda, as vezes vem perigoso, espetando ou rasgando.
Para acontecer o amor sobrevive a condições de total precariedade. Não precisa do reciproco, da presença, da proximidade, nem da atenção. O amor pode viver quieto, não manifestado, silenciado, aparentemente morto ou inexistente até mesmo ao amante por anos. E então qualquer estimulo do amado faze-lo acordar.

O amor quando cresce demais aqui, tende a esmagar o de lá. No hélio do amor demasiado está o ciúme, a desconfiança, a insegurança, o descontentamento... E quando vê, escapou pelas mãos e saiu voando; Não dá mais alcance para resgate. Encheu -o demais e agora ele voa sozinho por outros jardins. E vc aqui, estourou e não tem mais utilidade. Vai ter que começar a encher tudo denovo quando se recompor.

Cansei de falar do assunto.
Boa noite!

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