segunda-feira, 13 de abril de 2009

depois de clarice;



É interessante não saber dizer quem sou com precisão.

Como então posso dizer o que penso sobre alguém, se tampouco sobre a mim, que convivo e não me é permitida separação; condenada a habitar o meu próprio eu até que não habite mais essa forma de vida, ativa nas sensações que produzo, atuante nas ações que penso ou mesmo nas que não penso, ora, por assim dizer, eu, próprietária de mim, não sei quem sou? Como saberei quem és? Como explicarei a vc o que tampouco pra mim é claro?
Se posso saber o que deveria ter feito, mas não o faço, por que inventaram a regra do certo e do errado? O certo é viver conforme as espectativas de outrem? Onde ficam as minhas espectativas? Se deixei de fazer pelo meu orgulho ou se o faço pela minha impulsividade, quem foi nomeado juíz a regulamentar minhas ações?
Mas se Clarice diz que há o direito ao grito e por isso grita, então por que calar? Por que conter se há direito para expulsar? Se é livre, mas há limites, não há portanto liberdade. Porque não me faço compreender de uma liberdade engaiolada. Por que inventaram uma palavra para traduzir uma condição que não existe?

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Compromisso ético:

Detalhe SUPER importante sobre este blog:

O que está em roxo fui eu quem escreveu. O que está em vermelho, é de alguém, que eu li, curti e pensei "Caramba, que bacana! Eu queria ter escrito isso!".



* Preservo assim os direitos autorais alheios, posto que gostaria de que preservassem os meus.