no dia a dia

- Realismo quase sempre é pessimismo.
Foi isso que eu disse a ele.


Ele? Uma pessoa que sorri bastante (e a respeito dos sorrisos, mais abaixo eu divido minha mais nova teoria pessoal), que me trata bem... sendo assim, uma pessoa querida do meu trabalho.

Ele veio me dizer o quanto ele se protege dos outros e essa condição intensifica o sentimento que ele tem pelas pessoas que já o rodeiam. Sendo assim, ele se sente muito amigo de seus amigos e conclusão de qualquer observador, quase inalcançavel por outros.
A minha idéia quanto a isso foi mostrar com base em minhas experiencias o quanto estar aberto ao outro é significativo para sí próprio. Qualquer relacionamento, seja ele despretencioso, sem compromisso, rápido ou longo, entregue de corpo e alma ou superficial, qualquer um... vai sempre te agregar alguma coisa. Mas acho que isso só começa a acontecer, quando você passa a permitir.

Eu permito!
Eu permito que desde quando entro ao elevador, aquele "bom dia" mecanico e amarelado, me faça questionar se meu dia está bom mesmo e o que eu posso fazer para que ele se torne gostoso. Isso me faz planejar, me faz encontrar brechas entre meus horários para dar uma passada no bloco do meu namorado, receber um abraço gostoso e ter disposição de encarar as próximas horas até que o dia enfim, se acabe, sem que eu deseje por isso.
Eu permito quando ouço a conversa do trocador com um passageiro assíduo, que aquela manifestação de "ontem com a chuva, meu barraco desmoronou, minha mulher e minhas crianças estavam na rua graças a Deus", me lembrem para mim mesma o que eu as vezes esqueço de valorizar. O valor das coisas que eu tenho. Minha casa que não se destruirá com chuva, minha família que também está aqui comigo.
E eu vou permitindo ao longo do dia, com as confissões, conselhos e depoimentos de pessoas muito queridas, pessoas completamente estranhas... sempre me agregando algum valor, mudando ou ratificando os atuais.


Cada sofrimento foi então de grande valia. Toda minha constituição como ser humana deve-se não só a influencia familiar e social, mas as minhas experiencias. Costuma-se que as experiencias mais dorolosas provenham os melhores ensinamentos.
Conheci nos últimos 3 meses um casal que não jurou amor eterno ou fidelidade ao se conhecerem. Juraram que nunca iriam brigar. Achei genial! Eles tem a filosofia de que um tem sempre que cuidar das vontades e necessidades do outro, deixando de lado qualquer sentimento egoísta. A junção mais perfeita que eu já vi de 2 corpos diferentes veio de uma idéia simples. Uma idéia que meu namorado já trouxe para mim, mas admito que não fixou tão perfeitamente... a do companheirismo. Toda aquela coisa que eu assisti e ouvi, me deixaram estigada... Eu queria isso tudo para mim também. Como eu disse, eu acho que eu to longe de conseguir... mas diariamente eu pratico a tentativa. Nunca a idéia de amor verdadeiro foi tão valorizada pela minha cabeça.

Eu sou uma construção.
Pode tudo desmoronar... grandes ventos, desastres ou impactos naturais...
Mas não me ponho em desespero, porque tudo é muito sólido. Mesmo!