quinta-feira, 21 de outubro de 2010

E tudo.

Percorro ruas e pela janela cinzenta canso de ver promessa de cigana vermelha oferecendo e obvio, mas não explícito que por dinheiro, trazer pessoa amada em poucos dias.
Queria que ele voltasse pelas próprias pernas. E não precisava vir segurando com a mão direita uma mala cheia de roupas e na outra uma caixinha vinho aveludada portando alianças simples douradas.
Não precisava voltar com votos, champagne e promessas eternas de amor...
Me bastava que lhe batesse uma insegurança, uma pedrinha de dúvida no organismo de sua decisões. E o coração não precisava estar aberto, mas que meu acesso estivesse desbloqueado. Que o corpo viesse trazido pela alma. Sem exageros... Porque eu, em minha própria experiência, bem sei que, é assim que se comportam os verdadeiros.

Ainda não consegui me desligar... Também, confesso, não tentei com empenho. Me foram tão doces e agradáveis as manhãs de pernas enlaçadas... e não sei porque, mas de tudo, dessa parte sinto mais falta... e por isso, repito tanto em tudo que escrevo. É que, quando tomo recordações, lembro primeiro da pernas... lembro de um angulo que nunca vi, lembro com tamanha sensibilidade que talvez nunca tenha realmente sentido. Lembro da música, do cheiro dos lençóis, da tv ligada madrugada afora com desenhos de bichos ou filmes esquecíveis fazendo de abajour.


Sinto tantas saudades desse relacionamento libriano.
Sigo com
tantas saudades desse relacionamento libriano.

Um comentário:

Edson Marques disse...

Dora,

Muito bom o teu blog!

O texto "Monstro Relacionamento" está perfeito,

Vim aqui por causa do meu poema Mude (que você publicou como sendo de Pedro Bial...) e acabei lendo o blog quase todo.

Abraços,

Compromisso ético:

Detalhe SUPER importante sobre este blog:

O que está em roxo fui eu quem escreveu. O que está em vermelho, é de alguém, que eu li, curti e pensei "Caramba, que bacana! Eu queria ter escrito isso!".



* Preservo assim os direitos autorais alheios, posto que gostaria de que preservassem os meus.