Pintura a gente vê e sente, poesia a gente sente sem ver... Mas o “Drawing Hands” de Escher relata ao meu ver, quando a vida e obra se encontram, a poesia chocando-se e misturando-se com a pintura e tornando-se apenas arte. Mostra sobretudo o conflito de dimensões e perspectivas. O movimento dessa figura é constante e infinito: uma mão que desenha outra mão, que desenha uma mão, que desenha outra mão e nunca terminará a percepção da mesma. No caso, essas mãos pertencem simultaneamente a um mundo do papel e ao mundo real de forma complexa e simples. De tal forma, a mão que desenha outra mão é impossível e não verdadeira, por mais realista que seja o desenho, fazendo-nos imaginar a mão como um membro vivo dentro de uma manga traçada em rabiscos simples.
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