Por mais que me controle e me guarde, não consigo, sou pólvora. Explodo e firo mesmo que de fato despretenciosamente. Assumo que, por vezes senti, latente, como o ritmo do sino que convida os fiéis para a missa de Domingo, o desejo contundente de massacrar alguns peitos. Mas não sabe o peito atingido que também a mim dói e dói demais, perfurar e atingir o profundo e incontornável caminho do perdido. Creio e acrescento que doa tanto quanto, o caminho do disparo... rasgar o ar. Mas nada supera a dor da angústia do dedo no gatilho... e a dúvida de atirar e acabar ou não atirar e resistir, suportar. Ao dedo que cabe a tarefa do movimento, será tentado pela desistência e o medo sufocante. Mas é da natureza da pólvora explodir, destroçar... E como iniciei essa conversa, não consigo controlar. E no que perco as razões, perco também as forças e o total direito de explicação.
Na realidade, ainda que me assista o direito de justificativa, o juíz já se foi, deixou sentença e nada que eu diga mudará. É que só Almodóvar consegue causar no expectador qualquer desejo de acalentar o errante.
O lamento é o sabor da sobremesa. Amarga, porém, contragosto merecido dos que fazem o que bem querem... receberem então, o que não querem.
Que vontade de voltar atrás... mas dentre as coisas que o sábio japonês disse, a flecha lançada é uma das coisas que não tem esse direito.
Um comentário:
Mas muitas vezes é possivel ir atras da flexa lançada e tentar conquistar novamente o peito atingido! =)
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