terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Fraterno.



Bati a porta do carro 2 vezes e fui embora enlouquecida queimando o asfalto, sem freios, nem condições ou documentos, mas com as palavras escorregando da minha língua nervosa. Eu não consegui dizer. É que a mensagem não era para estar encharcada em dramas e sofrimentos além do que dizia aquele maldito papel. O que eu tinha para dizer era para vir sozinho, numa reta de uma só direção. Eu digo, ele me ouvia. Eu choro, ele me abraçaria.

E a minha angústia e dor se misturaram com as dores e as angústias dele. A raiva dele. O recalque dele. E fez derreter todo meu bem querer. Derreteu também ele, não poupou em dizer que cogitou desistir. Acho que desistiu, pq eu na verdade vi, do lado de fora, porta trancada, a minha mala com as nossas lembranças e aquilo que nos unia.
E quando hoje, ele resolveu abrir as portas, as janelas e deixar o sol entrar... arrumar a casa e colocar pra fora o que havia de ruim, me conta, sem nem bom dia, que já sabia.

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Compromisso ético:

Detalhe SUPER importante sobre este blog:

O que está em roxo fui eu quem escreveu. O que está em vermelho, é de alguém, que eu li, curti e pensei "Caramba, que bacana! Eu queria ter escrito isso!".



* Preservo assim os direitos autorais alheios, posto que gostaria de que preservassem os meus.